À Dilma Rousseff
Nascera no
asfalto uma flor!
Sim! Uma flor nascera no asfalto!
Eram tempos sombrios:
Tempos de luto!
Tempos de luta!
O fio de esperança:
A flor no asfalto.
Sua tímida
pujança
Pasmou a todos
Alegrou a muitos
Assustou a uns poucos.
Tentaram
regá-la,
Adubá-la, protegê-la.
Mas o petrolífero asfalto,
Em fogo amigo,
Desfolhou-a, despetalou-a.
Sua
explícita morbidez
Assustou a todos
Pasmou a muitos
Alegrou a uns poucos.
Quanta
besteira!
De que serve uma flor
Encoberta na fuligem
Petrólea do asfalto?
Tentarão
sufocá-la,
Asfixiá-la, matá-la.
Mas a revolucionária poesia,
Em fraterna inspiração,
Pela liberdade, pela igualdade,
Há de reanimá-la,
Reavivá-la,
Ressuscitá-la.
Seu
enigmático enflorescer
Alegrará a todos
Assustará a muitos
Pasmará a uns poucos.
Sua
teimosa resistência
Há então de mostrar
Ao engenho e à arte
Que uma resiliente flor
Que ousa nascer
Audaciosamente no asfalto
NUNCA MORRE!
JAMAIS MORRERÁ!
Guarulhos-SP, 22 de março de 2015