Não tenho bandido de estimação.
É claro!
Meus bandidos são selvagens.
Alguns domesticados;
Outros domesticáveis.
Mas, em sua essência,
Selvagens!
Não tenho bandido de estimação.
É claro!
Meus bandidos são selvagens.
Roubam e enganam em nome de Deus.
Torturam e matam em nome da Pátria.
Estupram, violentam, em nome da Família.
Dissimulam bem.
Mas, em sua essência,
Selvagens!
Não tenho bandido de estimação.
É claro!
Meus bandidos são selvagens.
Segregam e oprimem em nome da Tradição.
Discriminam e agridem em nome da Família.
Extorquem e sonegam em nome da Propriedade.
Tudo sob o manto sagrado da Justiça.
Mas, em sua essência,
Selvagens!
Não tenho bandido de estimação.
É claro!
Meus bandidos são selvagens.
Subjugam em nome da Tradição.
Acusam em nome da Pátria.
Exterminam em nome da Propriedade.
Tudo sob o manto sagrado da Justiça.
Mas, em sua essência,
Selvagens!
Não tenho bandido de estimação.
É claro!
Meus bandidos são selvagens.
Destilam intolerância em nome de Deus.
Fomentam preconceitos em nome da Família.
Matam no campo, na cidade e na floresta,
Em nome da Propriedade.
Tudo sob o manto sagrado da Justiça.
Mas, em sua essência,
Selvagens!
Não tenho bandido de estimação.
Porque eu,
Patinho bonitinho,
Amarelinho
De bem
Sequer tenho bandidos.
Nisso piamente eu creio
Como creio em Papai Noel,
Super-heróis,
Messianismo
E meritocracia.
Não tenho bandido de estimação.
Porque eu,
Patinho bonitinho,
Amarelinho
De bem
Não penso!
Não contesto!
(Isso a mim não cabe)
Também não opino,
Nem afirmo.
#SóAcho!
Glauco Bastos
Morada Nova-CE, 11 de abril de 2018
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